Olá pessoal
A nutricionista já foi sinônimo de "profissional que vai fazer você emagrecer". Imagina a cara de algumas pessoas quando digo que acompanho bebês. Alguns comentam: mas novinho assim, precisa?
Precisa! Ensinando a criança a comer bem, com prazer, uma alimentação rica em cores, sabores, menos esse bebê vai precisar fazer controle de peso na vida adulta. Isso é prevenção, é investimento em qualidade de vida.
Mas quando a criança já está acima do peso, orientar uma reeducação alimentar e uma vida ativa passa a ser muito importante. Mas essa simples (ou não tão simples) atitude é difícil, carregada de culpa, de angústias, de mudanças, de culpa.
Uma psicóloga amiga minha um dia leu um texto meu, um texto com o título "Dieta" para criança Gordinha. O foco do texto, como vocês podem ver, é tentar remodelar a ideia de dieta, e contribuir para uma mudança mais assertiva, mais duradoura. Afinal, criança não faz dieta. Esqueçam as dietas! Faz reeducação alimentar, deve ser orientada quanto aos horários, limites, etc, sem restrições excessivas. Ou modismos.
O que chocou minha querida colega não foi o texto. Logo abaixo do texto, você consegue ler comentários. Alguns, de crianças. Dizendo: quero emagrecer, me ajude. Qual meu peso ideal? Quero uma dieta, não muito longa. Estou progredindo bem na minha dieta (menina de 11 anos) Outra garota de 11 anos: tenho uma barriguinha, quero eliminá-la. Relatos de bulling. E mais algumas coisas. E essa minha amiga nem sabe que parei de aceitar esses cometários. Se continuasse a aceitar, a lista seria enorme, sobre as mesmas dúvidas.
O primeiro comentário que eu me lembro nitidamente que ela fez foi: porque essas crianças não conversam com seus pais sobre estes problemas?
Boa pergunta. O que as faz sofrerem sozinhas? Ou será que já conversaram, estão tentando e ainda está tudo confuso?
Será que o controle alimentar está exacerbado? Será possível ser saudável, mesmo tentando emagrecer? Será que ser magro é afinal, ser saudável? O que está por trás das nossas escolhas?
Minha colega me perguntou então, se poderia escrever um texto sobre tudo isso. E eu convido você, leitor, a ler, fazer uma análise crítica junto com a gente!
A nutricionista já foi sinônimo de "profissional que vai fazer você emagrecer". Imagina a cara de algumas pessoas quando digo que acompanho bebês. Alguns comentam: mas novinho assim, precisa?
Precisa! Ensinando a criança a comer bem, com prazer, uma alimentação rica em cores, sabores, menos esse bebê vai precisar fazer controle de peso na vida adulta. Isso é prevenção, é investimento em qualidade de vida.
Mas quando a criança já está acima do peso, orientar uma reeducação alimentar e uma vida ativa passa a ser muito importante. Mas essa simples (ou não tão simples) atitude é difícil, carregada de culpa, de angústias, de mudanças, de culpa.
Uma psicóloga amiga minha um dia leu um texto meu, um texto com o título "Dieta" para criança Gordinha. O foco do texto, como vocês podem ver, é tentar remodelar a ideia de dieta, e contribuir para uma mudança mais assertiva, mais duradoura. Afinal, criança não faz dieta. Esqueçam as dietas! Faz reeducação alimentar, deve ser orientada quanto aos horários, limites, etc, sem restrições excessivas. Ou modismos.
O que chocou minha querida colega não foi o texto. Logo abaixo do texto, você consegue ler comentários. Alguns, de crianças. Dizendo: quero emagrecer, me ajude. Qual meu peso ideal? Quero uma dieta, não muito longa. Estou progredindo bem na minha dieta (menina de 11 anos) Outra garota de 11 anos: tenho uma barriguinha, quero eliminá-la. Relatos de bulling. E mais algumas coisas. E essa minha amiga nem sabe que parei de aceitar esses cometários. Se continuasse a aceitar, a lista seria enorme, sobre as mesmas dúvidas.
O primeiro comentário que eu me lembro nitidamente que ela fez foi: porque essas crianças não conversam com seus pais sobre estes problemas?
Boa pergunta. O que as faz sofrerem sozinhas? Ou será que já conversaram, estão tentando e ainda está tudo confuso?
Será que o controle alimentar está exacerbado? Será possível ser saudável, mesmo tentando emagrecer? Será que ser magro é afinal, ser saudável? O que está por trás das nossas escolhas?
Minha colega me perguntou então, se poderia escrever um texto sobre tudo isso. E eu convido você, leitor, a ler, fazer uma análise crítica junto com a gente!
É possível ser saudável? por Eliane Rebechi
“Acho que a culpa é minha”.
Muitas vezes ouvimos mães se culpando porque o filho ou filha está com
sobrepeso ou obesidade. Os profissionais de saúde, parentes e amigos,
geralmente fazem coro culpando os pais, (principalmente a mãe) por não
conseguirem manter os filhos longe das comidas “engordantes”.
Ser magro virou sinônimo de ser
saudável. Nos sentimos culpados se vamos
a uma festa e comemos um pedaço de bolo e dois brigadeiros. Nos dia seguinte vamos nos privar de tudo com medo de acumular
peso.
As crianças com 6 ou 7 anos,
principalmente as meninas, estão preocupadas com o aumento de peso e muitas já
fazem “dieta”, mesmo aquelas que não apresentam nenhum excesso de peso, mas
ansiosas e pressionadas, “prevenidas” para o futuro.
Meninas e meninos que poderiam
estar curtindo a infância brincando, fazendo travessuras, estão sofrendo de
ansiedade, baixa autoestima e insegurança. Vivem agitadas, preocupadas com
medidas, maquiagem, imagem perfeita e sofrem de angustia muito precocemente.
E os pais? Geralmente confusos,
também pressionados pela mídia, pela escola e por profissionais de saúde que
esperam que eles “contenham” seus filhos, não permitindo que eles engordem. E
para “ajudar” esta luta, um número sem fim de empresas comprometidas, é claro,
com lucros em primeiríssimo lugar: as indústrias farmacêuticas (está aí o alto
consumo de Rivotril, receitado sem escrúpulos para crianças, que comprova); as
indústrias de cosméticos que prometem beleza, firmeza e felicidade em potes
bonitos e atraentes; as indústrias alimentícias que vendem todas as
“tranqueiras” que engordam, entopem as veias, causam hipertensão, mas que para
compensar (perversamente) lhe oferecem os alimentos diets, lights, integrais,
sem gorduras trans, com fibras, etc., etc.; as academias que prometem corpo
“sarado”, escultural, “barriga negativa” e o sonho inatingível do corpo
perfeito; as dietas milagrosas; as revistas que ensinam que ser feliz é ter
dentes perfeitos, pele clara, cabelos compridos e lisos, usar o perfume X,
óculos Y e as roupas de grife, claro nº 36.
Como chegamos a isto? Consumir
produtos, viagens, carros, ter sempre mais, ser competente, proativo, superar
metas, ufa! E a mãe mulher que é cobrada por todos para ser mãe exemplar,
presente, atenta e que acompanha os filhos nas suas tarefas, na hora das
refeições, na escola, nas suas relações sociais, e, ainda deve ser excelente
profissional, estudar muito, administrar a casa com graça e beleza, ser boa
filha, amiga, companheira e acima de tudo amante sexy, magra e malhada. Me
perdoem, mas isto é cruel e impossível!
Porém, tentamos! Aos trancos e
barrancos, às vezes à custa de muita Fluoxetina. E sentimos culpa, muita culpa
porque acreditamos que somos inteiramente responsáveis, caso algo não dê certo.
E assim , adoecemos, ficamos
estressadas, compensamos comendo mais do que precisamos, nos sentimos pior,
tomamos mais remédios, ficamos mais deprimidas....e assim cumprimos um ciclo
que dá muito lucro para as empresas e muita angústia para nossas gerações de
jovens e crianças que não têm a oportunidade de vivenciar que corpo saudável é
corpo que se movimenta com prazer, que brincar, ter amigos, aprender coisas
novas, experimentar novos sabores, cair, levantar, machucar, perder amigos e
ficar doente faz parte da vida e é assim que se aprende a gostar de viver,
gostar de si próprio, respeitar o próximo e a natureza.
Precisamos dar novo significado
para o que é ser saudável e para isto será necessário transformar, criar, ousar
pensar diferente, ser crítico não se deixar levar pela mídia ou modismos, ser
valente para descartar o que não lhe serve, ou que você usa só para agradar os
outros. Sim, é possível ser saudável.
Ótimo texto, vai de encontro a tudo que a grande mídia jogo todos os dias nas nossas casas, formando de nosso jeito de ser e até o que comemos e eles que decidem. Mas fugir deles?
ResponderExcluirEu não poderia concordar mais com você. Somos todos vítimas dessas imposições. Nossa noção do que é bonito e desejável é muito limitada e gera muita infelicidade. Minha filha está com 1 aninho e me pego feliz porque ela come superbem, mas com uma pontinha de ansiedade, do tipo "e se se ela se tornar uma criança comilona e obesa?". Estou procurando me trabalhar para parar com isso! Ofereço a ela os alimentos mais saudáveis que consigo e espero que isso a ajude a fazer escolhas equilibradas no futuro. Mas e se não der certo?? Se não der certo, acho que o problema não está na mãe o na criança, mas nos padrões esperados... Enfim, apenas um breve comentário sobre um assunto muito, muito complexo.
ResponderExcluirSimplesmente PERFEITO!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirola karine estou desesperada tenho uma filha de 1ano e 1 mes e esta com 17 kilos e 86 centimetros esta enorme nao sei mais o que fazer sera q voce pode me ajudar se preciso for marco uma consulta me ajude!!
ResponderExcluirMuito bom. Obrigada por compartilhar informacoes tao relevantes.
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