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Avós na introdução alimentar - uma discussão de geração para geração

Você tem seu bebê e descobre que um mundo novo de informações estão aí, na sua frente. Não tem cartilha, mas tem opções: que tipo de criação eu darei? 
Que tipo de mãe eu serei? E dentro das decisões, está a escolha da nutrição do seu bebê.

Pensar em levar um bebê em nutricionista especialista e que trabalhasse com bebês para prevenção há 10 anos era uma coisa quase surreal. Você não teve isso. Mas a informação está aí, e você escolhe, de maneira consciente, dar de presente ao seu bebê uma boa oportunidade de ter uma alimentação bem prazerosa e saudável, iniciando agora, para que ele possa comer bem sempre.


Mas tem muita gente que não entende exatamente o que você faz com essa decisão. E pessoas importantes para o seu bebê, como os avós do bebê. Aí pode ser que a  batalha, silenciosa ou não, é travada.

Se sua mãe (ou sogra) está querendo te ajudar com seu bebê, se ela faz parte da sua rede de apoio hoje, muito provavelmente ela se preocupa e ama vocês. Já pensou que sua mãe pode ter sentido a mesma coisa que você sentiu quando pegou seu bebê ? O deslumbramento, estranhamento, amor e sobretudo aquela vontade de fazer o melhor para aquela criatura tão especial que lhe foi concedida.

E para mulheres, historicamente, fazer seu melhor é nutrir bem. Alimentar para estar forte e seguro. Além disso, naquela época em geral, uma mãe aprendia a ser mãe com a sua mãe ou com mulheres mais velhas da família. Era normal a sua avó influenciar fortemente nas decisões dela. E talvez ela gostaria de fazer o mesmo pelo seu neto - era assim que as coisas aconteciam.

A geração mudou, e sua filha ou seu filho se tornaram pais e essa mulher se tornou avó. Quis o destino que essa fase fosse a era da informação. Não só a informação é produzida muito mais rápido (hoje temos muito mais produção científica do que em comparação a qualquer fase da vida do ser humano) como chega muito mais fácil (obrigada, internet!). 
O cuidado da criança, que em geral era de um médico da família e dos parentes, passou a ser multitarefa, baseado em toda sorte de informação: tem a doula, a consultora, o pediatra, a nutricionista, a do sono... com especializações e explicações pra tudo.

E a nutricionista, o profissional que orienta coisas diferentes do que um dia a avó fez (quando alguém a garantiu que aquilo era o melhor). O suco de laranja ou batido com beterraba que nutria seu filho, não é mais indicado. O danoninho que valia por um bifinho, agora, só depois de 4 anos. Muitas informações e informações que parecem ser importantes.

Seus pais podem ser resistentes por se sentirem irrelevantes nessa situação. E a resposta a tanta informação pode ser:
- Na sua época não tinha nada disso!
- Eu fazia isso e vocês estão todos aí, saudáveis!
- Assim ele come mais. Você não quer que ele coma bem (mais)?

(quer ler mais sobre "comeu e não morreu?" vem aqui!)

E as respostas que damos, como mães:" li na internet, a nutri ou o pediatra me falaram, você não prefere que ela tenha saúde?" E os avós podem pensar ou falar "eles não sabem de nada. Te criei da melhor forma possível"

Ao explicar toda essa nova “onda” de cuidados e amor, o que eu te aconselharia é: tome as rédeas da sua decisão tomada a tanto tempo, e fale com o coração:

- "é importante pra mim fazer dessa maneira"

Se uma mulher chega ao meu consultório dizendo que é importante pra ela dar algo para seu filho, quem sou eu pra discutir - mesmo eu sendo a nutricionista? A primeira coisa que eu ia fazer era tentar entender o mais atentamente. A importância de uma coisa para cada um é quase indiscutível.

É isso que você pode provocar. Atenção, respeito, espaço. Ser ouvida. AGRADEÇA tudo o que sua mãe fez, dentro do melhor que você pode, porque foi O MELHOR que ela pode, e dentro das indicações da época. E diga que você quer ter espaço inclusive pelos seus possíveis erros.

A rede de apoio é fundamental para criar um filho. Cuide bem da sua, com carinho, ouça. Coloque seus limites claramente, mas reforce a importância das pessoas tão especiais na vida do seu filho.

E uma coisa linda vai acontecer. Aos poucos, com os resultados, a avó vai comentar com os conhecidos:
- "Meu neto? Come bem, tem que ver. A mãe dele faz algumas coisas diferentes, sabe como eles são, mas o menino come bem viu? Come legumes. Já tá comendo sozinho!"

A felicidade e a boa nutrição e alimentação da criança é importante pra todo mundo. Pros pais, para os avós e também, e de coração, pelas nutris!


Adicione a relação os diálogos sinceros - a aproveite a companhia e a ajuda de pessoas tão especiais!

Boa conversa!

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